sábado, 31 de maio de 2008

Semana da imprensa discute "Blogs como Imprensa Paralela"






Por Lívia Nunes, 5º período de Jornalismo da FAFIC

Faz tempo que o mundo quer matar os jornais e cada vez que um novo veículo de comunicação surge, a morte é anunciada. O rádio não conseguiu, a televisão também não. Seria a internet um maior vilão, ou os blogs se transformariam em uma imprensa paralela? O tema foi discutido ontem pelos blogueiros Roberto Moraes, Fábio Siqueira, Renato Barreto e Vitor Longo Brás, na quinta-feira, dia 29 de maio, quarto dia da 18ª Semana de Imprensa. O debate aconteceu no auditório Alair Ferreira, da Faculdade de Odontologia de Campos, sob a moderação da professora Valéria Machado.

No ano passado, o site especializado em buscas Technorati publicou pesquisa informando que havia 70,6 milhões de blogs ativos no mundo e que 175 mil novos diários virtuais eram criados por dia. 1,6 milhões de blogs eram atualizados diariamente, uma média de 18 atualizações por segundo. Com tanta gente se expressando na internet de forma livre, surgiram os blogs noticiosos, que ganham cada vez mais espaço. Para os blogueiros, a grande marca deixada por essa novidade é a democratização da informação.

— Nem toda a população tem acesso à internet, mas, ainda assim, ela é mais democrática do que os outros veículos de informação. O custo para se criar um blog é mínimo. O Fábio Siqueira e o Vitor escreviam como articulistas no meu blog e eu os incentivava a criar seus próprios blogs. Assim, aumenta-se a rede, e eles trazem suas próprias tribos. A internet está aberta a todos, e nos blogs o leitor interage através de seus comentários com o autor — disse Roberto Moraes.

Roubando espaço, pautando os jornais tradicionais, os diários virtuais ganham repercussão. Eles surgiram nos Estados Unidos em 1997 e, hoje, são também muito usados por jornalistas.

— Publicamos notícias, mas temos nossos empregos, nossas obrigações. Não podemos nos dedicar integralmente a isso. Eu acho que os blogs noticiosos poderiam ser algo que concorresse com a mídia tradicional. Mas, para isso, seria necessária uma estrutura que se assemelhasse a de uma redação de jornal — opinou Fábio Siqueira.

Campos, com seu histórico de eleições conturbadas, compras de votos, boca de urna, processos e mais processos, ainda cria expectativas sobre o efeito que os blogs terão nas próximas eleições. No entanto, os blogueiros convidados, de antemão, já revelaram não se considerarem formadores de opinião. “A população já formulou suas opiniões há muito tempo, independentemente do que vão dizer os blogs”, finalizou Renato Barreto.

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